CUT não negocia reformas com Temer: Folha confunde leitor

Wagner Freitas, presidente da CUT, reage com indignação e desmente reportagem do jornal

Escrito por: CUT • Publicado em: 27/03/2017 - 07:48 • Última modificação: 27/03/2017 - 11:22 Escrito por: CUT Publicado em: 27/03/2017 - 07:48 Última modificação: 27/03/2017 - 11:22

Divulgação

O jornal Folha de S. Paulo afirma, em sua principal manchete de capa deste sábado (25): “Por mais verba, centrais podem apoiar Temer em reformas”. O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, reagiu com indignação e afirmou nas redes sociais que o jornal “induz o leitor a erro”. Ele assegurou, enfaticamente: – “A CUT não está negociando com o governo ilegítimo e golpista de Temer a volta de qualquer tipo de imposto em troca do fim da aposentadoria e da CLT”.

O truque da matéria da Folha é que faz parecer ao leitor que ela trata de todas as centrais sindicais. Mas isso é falso. Na verdade, a matéria é um exemplo de “jornalismo-panfleto”. Apesar de ser assinada por dois repórteres, um de São Paulo e outro de Brasília, ela identifica uma única fonte: o secretário geral da Força Sindical.

Com base exclusivamente nesse sindicalista, o jornal afirma: “Centrais sindicais ofereceram ao presidente Michel Temer a abertura de negociações para apoiar as reformas da Previdência e trabalhista em troca de ajuda do governo para retomar a cobrança da contribuição assistencial —taxa paga por trabalhadores para financiar a atividade dos sindicatos”.

Para afirmar essa distorção, o jornal finge não existir a CUT, a maior de todas as centrais. Por isso a resposta de Vagner Freitas: “A CUT não negocia direitos conquistados com muita mobilização, luta, enfrentamentos com a polícia política dos governantes antidemocráticos por nenhuma negociata feita em gabinetes”.

Além disso, o jornal, negando regras básicas de jornalismo, afirma: “A Força diz ter o apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) para as negociações. As quatro entidades representam 37% dos trabalhadores do país”.

Há dois problemas graves nesse trecho: o primeiro é que a Folha diz que UGT, NCST e CSB apoiam a negociata com Temer, mas não ouviu nenhum representante dessas centrais! O jornal não ouviu o "outro lado" e ignorou até o resto do "mesmo lado".  O segundo problema é que a matéria afirma que a Força Sindical mais as outras três centrais representariam apenas um terço dos sindicatos. Como então pode fazer uma manchete como se um dirigente da Força estivesse falando em nome de todas as centrais? A própria matéria prova que isso é uma grande distorção.

Para terminar, uma confusão grave na divulgação da matéria na internet: a Folha juntou ao texto do jornal impresso uma foto dos protestos de 15/3 em que o grande destaque são as bandeiras da CUT. É óbvio que quem só lê a manchete e vê a foto pensa que a CUT está fazendo acertos espúrios com Temer. Após protestos dos leitores contra essa deturpação, o jornal trocou a foto por uma em que se destacam jalecos e bandeiras da Força Sindical.

Título: CUT não negocia reformas com Temer: Folha confunde leitor, Conteúdo: O jornal Folha de S. Paulo afirma, em sua principal manchete de capa deste sábado (25): “Por mais verba, centrais podem apoiar Temer em reformas”. O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, reagiu com indignação e afirmou nas redes sociais que o jornal “induz o leitor a erro”. Ele assegurou, enfaticamente: – “A CUT não está negociando com o governo ilegítimo e golpista de Temer a volta de qualquer tipo de imposto em troca do fim da aposentadoria e da CLT”. O truque da matéria da Folha é que faz parecer ao leitor que ela trata de todas as centrais sindicais. Mas isso é falso. Na verdade, a matéria é um exemplo de “jornalismo-panfleto”. Apesar de ser assinada por dois repórteres, um de São Paulo e outro de Brasília, ela identifica uma única fonte: o secretário geral da Força Sindical. Com base exclusivamente nesse sindicalista, o jornal afirma: “Centrais sindicais ofereceram ao presidente Michel Temer a abertura de negociações para apoiar as reformas da Previdência e trabalhista em troca de ajuda do governo para retomar a cobrança da contribuição assistencial —taxa paga por trabalhadores para financiar a atividade dos sindicatos”. Para afirmar essa distorção, o jornal finge não existir a CUT, a maior de todas as centrais. Por isso a resposta de Vagner Freitas: “A CUT não negocia direitos conquistados com muita mobilização, luta, enfrentamentos com a polícia política dos governantes antidemocráticos por nenhuma negociata feita em gabinetes”. Além disso, o jornal, negando regras básicas de jornalismo, afirma: “A Força diz ter o apoio da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) para as negociações. As quatro entidades representam 37% dos trabalhadores do país”. Há dois problemas graves nesse trecho: o primeiro é que a Folha diz que UGT, NCST e CSB apoiam a negociata com Temer, mas não ouviu nenhum representante dessas centrais! O jornal não ouviu o outro lado e ignorou até o resto do mesmo lado.  O segundo problema é que a matéria afirma que a Força Sindical mais as outras três centrais representariam apenas um terço dos sindicatos. Como então pode fazer uma manchete como se um dirigente da Força estivesse falando em nome de todas as centrais? A própria matéria prova que isso é uma grande distorção. Para terminar, uma confusão grave na divulgação da matéria na internet: a Folha juntou ao texto do jornal impresso uma foto dos protestos de 15/3 em que o grande destaque são as bandeiras da CUT. É óbvio que quem só lê a manchete e vê a foto pensa que a CUT está fazendo acertos espúrios com Temer. Após protestos dos leitores contra essa deturpação, o jornal trocou a foto por uma em que se destacam jalecos e bandeiras da Força Sindical.



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