“Participação da juventude nos sindicatos é um dos principais desafios do ramo” afirma secretária de Juventude da CNTRV

Jocelaine Souza participou de Seminário racial no Rio Grande do Sul e compôs mesa temática sobre ativismo sindical e juventude

Escrito por: Redação CNTRV • Publicado em: 30/05/2019 - 16:09 • Última modificação: 30/05/2019 - 16:33 Escrito por: Redação CNTRV Publicado em: 30/05/2019 - 16:09 Última modificação: 30/05/2019 - 16:33

Bruna Cordeiro Chilanti

                “A promoção do ativismo sindical dos trabalhadores e trabalhadoras jovens é um dos principais desafios das entidades sindicais e não há como pensar no futuro dos sindicatos, sem pensar em maneiras de superar este desafio”, introduziu Jocelaine Souza, secretária de Juventude da CNTRV,  durante a realização de uma mesa temática sobre juventude e sindicalismo, realizada no Seminário denominado “Fortalecer a Ação Sindical e o Combate ao Racismo”, que aconteceu em Sapiranga, região metropolitana de Porto Alegre, nos dias 20 e 21 de maio. Saiba mais AQUI.

                Com um público formado por trabalhadores jovens e dirigentes sindicais mais experientes, a conversa possibilitou uma sensibilização de ambos os lados sobre a participação da juventude, não só no processo da ação sindical, mas também nos espaços de construção e tomadas de decisões sobre a mobilização das categorias e suas pautas. “Foi um momento muito propício à integração. Sabemos que o envolvimento da juventude não se dá de uma hora para outra, mas acredito que foi um bom começo”, analisou Jocelaine.


Abordagem precisa ser aprimorada

                Daison Marciano Preto, 22 anos, é trabalhador calçadista de Riozinho e viajou até Sapiranga para participar do Seminário. Ele falou sobre a importância de planejar novas formas para abordar a juventude. “Tive a oportunidade de me colocar dentro desse debate. Com isso, se concretiza o discurso sobre dar espaço para a juventude. Contudo, nas fábricas tem muitos trabalhadores jovens, mas os sindicatos não conseguem dialogar diretamente com eles. É preciso uma nova abordagem”, destacou.

 

Espaços formativos são estratégicos

                Jocelaine destacou a importância da formação sindical como forma de despertar o ativismo sindical em trabalhadores jovens. “Eu mesmo sou fruto de espaços formativos. A partir do conhecimento e troca de experiências possibilitado por atividades específicas, estou me qualificando para dirigir as secretarias estadual e nacional de Juventude do ramo vestuário da CUT. A formação sindical é uma grande aliada da juventude e temos que aproveitar todas as oportunidades para aprofundar nosso conhecimento e esse é um desses espaços” afirmou a sindicalista ao mencionar o Seminário realizado pela Federação Democrática dos Sapateiros do RS, entidade na qual Jocelaine também é secretária de Juventude.

 

Juventude negra é um dos grupos mais vulneráveis

                As dificuldades para superar o preconceito e obter melhores empregos e salários são inerentes ao conjunto da juventude trabalhadora. Mas são contra os jovens negros e negras que pesam os piores índices. “Além dos menores salários, muitas empresas ainda usam a cor da pele como fator decisivo para uma promoção. As mulheres jovens e negras são ainda mais afetadas pelo preconceito das empresas. Infelizmente, são pouquíssimos os sindicatos que levantam esta questão em suas campanhas reivindicatórias ou no processo de mobilização das categorias”, analisou Jocelaine.

                Além da discriminação nos locais de trabalho, a questão racial afeta drasticamente a juventude negra. Entre 2006 e 2016, último ano com dados disponíveis, a taxa de homicídios entre a população branca diminuiu 6,8%. No mesmo período, a taxa entre a população negra saltou 23,1%. Mais de 70% dos homicídios cometidos no Brasil foram contra negros e é a juventude negra quem lidera esta drástica estatística.

 

Título: “Participação da juventude nos sindicatos é um dos principais desafios do ramo” afirma secretária de Juventude da CNTRV, Conteúdo:                 “A promoção do ativismo sindical dos trabalhadores e trabalhadoras jovens é um dos principais desafios das entidades sindicais e não há como pensar no futuro dos sindicatos, sem pensar em maneiras de superar este desafio”, introduziu Jocelaine Souza, secretária de Juventude da CNTRV,  durante a realização de uma mesa temática sobre juventude e sindicalismo, realizada no Seminário denominado “Fortalecer a Ação Sindical e o Combate ao Racismo”, que aconteceu em Sapiranga, região metropolitana de Porto Alegre, nos dias 20 e 21 de maio. Saiba mais AQUI.                 Com um público formado por trabalhadores jovens e dirigentes sindicais mais experientes, a conversa possibilitou uma sensibilização de ambos os lados sobre a participação da juventude, não só no processo da ação sindical, mas também nos espaços de construção e tomadas de decisões sobre a mobilização das categorias e suas pautas. “Foi um momento muito propício à integração. Sabemos que o envolvimento da juventude não se dá de uma hora para outra, mas acredito que foi um bom começo”, analisou Jocelaine. Abordagem precisa ser aprimorada                 Daison Marciano Preto, 22 anos, é trabalhador calçadista de Riozinho e viajou até Sapiranga para participar do Seminário. Ele falou sobre a importância de planejar novas formas para abordar a juventude. “Tive a oportunidade de me colocar dentro desse debate. Com isso, se concretiza o discurso sobre dar espaço para a juventude. Contudo, nas fábricas tem muitos trabalhadores jovens, mas os sindicatos não conseguem dialogar diretamente com eles. É preciso uma nova abordagem”, destacou.   Espaços formativos são estratégicos                 Jocelaine destacou a importância da formação sindical como forma de despertar o ativismo sindical em trabalhadores jovens. “Eu mesmo sou fruto de espaços formativos. A partir do conhecimento e troca de experiências possibilitado por atividades específicas, estou me qualificando para dirigir as secretarias estadual e nacional de Juventude do ramo vestuário da CUT. A formação sindical é uma grande aliada da juventude e temos que aproveitar todas as oportunidades para aprofundar nosso conhecimento e esse é um desses espaços” afirmou a sindicalista ao mencionar o Seminário realizado pela Federação Democrática dos Sapateiros do RS, entidade na qual Jocelaine também é secretária de Juventude.   Juventude negra é um dos grupos mais vulneráveis                 As dificuldades para superar o preconceito e obter melhores empregos e salários são inerentes ao conjunto da juventude trabalhadora. Mas são contra os jovens negros e negras que pesam os piores índices. “Além dos menores salários, muitas empresas ainda usam a cor da pele como fator decisivo para uma promoção. As mulheres jovens e negras são ainda mais afetadas pelo preconceito das empresas. Infelizmente, são pouquíssimos os sindicatos que levantam esta questão em suas campanhas reivindicatórias ou no processo de mobilização das categorias”, analisou Jocelaine.                 Além da discriminação nos locais de trabalho, a questão racial afeta drasticamente a juventude negra. Entre 2006 e 2016, último ano com dados disponíveis, a taxa de homicídios entre a população branca diminuiu 6,8%. No mesmo período, a taxa entre a população negra saltou 23,1%. Mais de 70% dos homicídios cometidos no Brasil foram contra negros e é a juventude negra quem lidera esta drástica estatística.  



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