Pela primeira vez no País, empresa e sindicato vão combater violência doméstica

Termo aditivo ao acordo coletivo garante folgas para vítimas denunciarem e irem atrás de seus direitos

Escrito por: Redação CUT • Publicado em: 14/12/2018 - 19:58 • Última modificação: 23/04/2022 - 15:50 Escrito por: Redação CUT Publicado em: 14/12/2018 - 19:58 Última modificação: 23/04/2022 - 15:50

Pela primeira vez no Brasil, um sindicato e uma empresa  irão, juntos, trabalhar para combater  violência doméstica amparando as mulheres em seu local de trabalho. O início deste compromisso firmado entre os representantes dos trabalhadores e dos empresários foi formalizado com um termo aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), já em vigor, e assinado entre empresa e o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), na última quarta-feira (12).

A inclusão deste tipo de cláusula no ACT faz parte do projeto Defensoras das Mulheres, da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) e do SINA.

“Este é o resultado do trabalho do nosso sindicato que respeita muito e apoia sempre as mulheres trabalhadoras”, afirmou a coordenadora do projeto no Brasil, secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Logística (CNTTL) e diretora do Sina, Mara Meiry.

Como funcionará

A cláusula conquistada garante que a mulher vítima de violência doméstica tenha três dias de licença remunerada para denunciar e ir atrás de seus direitos. “Esses dias são para as mulheres irem fazer o Boletim de Ocorrência (BO), irem ao médico e até mesmo irem fazer corpo e delito e quantos exames forem necessários para denunciar e ir atrás de justiça para este tipo de crime”, explicou Mara.

Para ter direito ao benefício, a trabalhadora vítima de violência doméstica precisará apresentar cópia do BO ou certificado emitido pela autoridade competente.

“A ideia é começar o projeto no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro”, contou Mara.

Segundo ela, com apoio da Universidade Federal de Uberlândia, o SINA vai fazer um levantamento da estrutura efetiva de apoio às mulheres no estado do Rio de Janeiro com instituições, ONGs, entre outras, para formar uma rede de amparo às vítimas de violência doméstica.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou, em 2017, 221.238 casos de violência doméstica, o que significa 606 casos por dia.

Para a diretora do Sina, Mara Meiry, é importante que os sindicatos mudem suas visões e enxerguem que são agentes de transformação social. É preciso lembrar, diz ela, que “a violência doméstica sofrida pela mulher traz prejuízos para todos e todas. Como aeroportuárias, a gente lida com muitas vidas no trabalho”.  

A mulher fragilizada, sem atenção no trabalho, pode trazer prejuízos para a empresa e para os usuários. É a vida de todo mundo que tá em jogo - Mara Meiry

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, que apoiou a iniciativa, elogiou o programa da ITF e destacou que é fundamental que os sindicatos ampliem seu campo de ação e não fiquem apenas nas lutas sobre as condições de salário e benefícios.

"Desafiamos a lei da física para transportar vidas. Hoje temos mulheres pilotando avião, controlando voo e atuando na segurança/operacional nos aeroportos. Imagina essa trabalhadora sofrendo violência doméstica em casa. Isso é inadmissível”, afirmou.

Título: Pela primeira vez no País, empresa e sindicato vão combater violência doméstica, Conteúdo: Pela primeira vez no Brasil, um sindicato e uma empresa  irão, juntos, trabalhar para combater  violência doméstica amparando as mulheres em seu local de trabalho. O início deste compromisso firmado entre os representantes dos trabalhadores e dos empresários foi formalizado com um termo aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), já em vigor, e assinado entre empresa e o Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), na última quarta-feira (12). A inclusão deste tipo de cláusula no ACT faz parte do projeto Defensoras das Mulheres, da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) e do SINA. “Este é o resultado do trabalho do nosso sindicato que respeita muito e apoia sempre as mulheres trabalhadoras”, afirmou a coordenadora do projeto no Brasil, secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Logística (CNTTL) e diretora do Sina, Mara Meiry. Como funcionará A cláusula conquistada garante que a mulher vítima de violência doméstica tenha três dias de licença remunerada para denunciar e ir atrás de seus direitos. “Esses dias são para as mulheres irem fazer o Boletim de Ocorrência (BO), irem ao médico e até mesmo irem fazer corpo e delito e quantos exames forem necessários para denunciar e ir atrás de justiça para este tipo de crime”, explicou Mara. Para ter direito ao benefício, a trabalhadora vítima de violência doméstica precisará apresentar cópia do BO ou certificado emitido pela autoridade competente. “A ideia é começar o projeto no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro”, contou Mara. Segundo ela, com apoio da Universidade Federal de Uberlândia, o SINA vai fazer um levantamento da estrutura efetiva de apoio às mulheres no estado do Rio de Janeiro com instituições, ONGs, entre outras, para formar uma rede de amparo às vítimas de violência doméstica. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou, em 2017, 221.238 casos de violência doméstica, o que significa 606 casos por dia. Para a diretora do Sina, Mara Meiry, é importante que os sindicatos mudem suas visões e enxerguem que são agentes de transformação social. É preciso lembrar, diz ela, que “a violência doméstica sofrida pela mulher traz prejuízos para todos e todas. Como aeroportuárias, a gente lida com muitas vidas no trabalho”.   A mulher fragilizada, sem atenção no trabalho, pode trazer prejuízos para a empresa e para os usuários. É a vida de todo mundo que tá em jogo - Mara Meiry O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, que apoiou a iniciativa, elogiou o programa da ITF e destacou que é fundamental que os sindicatos ampliem seu campo de ação e não fiquem apenas nas lutas sobre as condições de salário e benefícios. Desafiamos a lei da física para transportar vidas. Hoje temos mulheres pilotando avião, controlando voo e atuando na segurança/operacional nos aeroportos. Imagina essa trabalhadora sofrendo violência doméstica em casa. Isso é inadmissível”, afirmou.



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